"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos"

"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos"

16/05/11

À maneira do 6ºG é ainda mais cómico!

Ulisses vivia numa ilha grega, que se chamava Ítaca, com a sua mulher Penélope e o seu filho Telémaco.
Era um rei diferente, que gostava de caçar e conversar com o seu povo.
De espírito irrequieto e aventureiro, quando estava em casa só pensava em ir ao encontro de aventuras e do desconhecido porque o que o entusiasmava era o mar.
Mas um dia...aconteceu uma tragédia!
Páris, príncipe troiano raptou a lindíssima rainha grega, Helena.
Ulisses não gostava nada de guerras, por isso, ficou desanimado, porque este acontecimento envolveu gregos e trioanos numa violenta guerra!
Embora contrariado, Ulisses afirmou:
-Bom, vamos lá embora combater contra esses troianos, mas preferia mil vezes ir viajar por terras e mares desconhecidos.
E lá foi. Nos seus barcos embarcaram para Tróia, pensando alegremente que iam ter uma vitória fácil e em breve regressariam. Mas quê? Seria esta uma luta que havia de durar dez anos!
E querem saber como acabou?
Ulisses, que todos diziam ser o mais manhoso dos homens, teve uma ideia: construir um enorme, um gigantesco cavalo de pau, assente num estrado com rodas para se poder deslocar e dentro da barriga desse cavalo se esconderem alguns homens...Mas essa é outra história! O que interessa é que graças a esse cavalo, os gregos venceram os troianos...Tróia ficou completamente destruída! Dizem que “não ficou pedra sobre pedra!”
Cheios de saudades os Gregos meteram-se nos barcos e dirigiram-se para as suas terras. Ulisses reuniu-se com quarenta valentes marinheiros e lá foram num belo navio em direcção a Ítaca... Em pleno mar, Ulisses só pensava em regressar à pátria...
Mal ele sabe que só lá chegará daí a muitos anos...
Os deuses, furiosos, intervieram sob a forma de uma estranha corrente submarina que os ia levando para onde eles não queriam ir.
-Não vale a pena resistirmos agora. Deixemo-nos ir nesta corrente, quando ela abrandar retomaremos o rumo de Ítaca.
Mas a corrente não abrandava nunca! Aumentava, aumentava, aumentava! Já longe de tudo, ao encontro do desconhecido, Ulisses deu um grito:
-Ai meus amigos, onde nós viemos parar!
-Onde foi, onde foi?
-Viemos parar à Ciclópia, às ilhas da Ciclópia...mas, esperem, se não me engano, tivemos uma sorte espantosa!
- Uma sorte espantosa?!
-Sim...Aqui, neste lugar, tudo é ciclópico: os animais, as pedras, as plantas...Os seus habitantes são gigantes com um só olho no meio da testa e que são devoradores de homens...
- Devoradores de homens?!
- Sim, mas acalmem-se, porque esta é a única ilha desabitada. Passei por aqui uma vez ao largo e sei isso muito bem...
Mas Ulisses estava enganado, pois Polifemo, o mais terrível dos gigantes tinha ido morar ali sozinho. Tudo acontecera devido ao seu mau génio terrível, pois zangava-se por tudo e por nada e era o terror de todos os seus irmãos! Dava murros para a direita, murros para a esquerda e já só havia ciclopes de cabeças partidas, braços ao peito...um horror. É verdade que Polifemo depois se arrependia, mas o mal já estava feito. Assim combinaram, entre todos, que Polifemo viveria noutra ilha, sozinho com o seu rebanho...
-Olha, o melhor é tu viveres sozinho. Nós levamos-te para aquela ilha deserta e tu vives lá.
Todas as noites se ouvia:
- Estás bom, Polifemo?
- Estou e vocês?
- Estamos bem. Boa noite!
- Boa noite!
E pronto...mas voltemos a Ulisses e a seus companheiros...desceram do navio, acreditando estar sozinhos, levando consigo um barril de vinho. Foram procurar água e fruta fresca...mas, de repente, avistaram Polifemo e o seu rebanho!
Agora procurar água e comida, passou a ser a sua menor preocupação e, por isso, esconderam-se no meio do rebanho, muito devagar, para não alertar o gigante.
Vendo a entrada de uma gruta, aí se esconderam, esperando pela noite, para fugirem.
Mas uma desgraça nunca vem só, não é verdade? Precisamente no momento em que começavam a sair, eis que começaram a entrar as ovelhas, as cabras, os carneiros e...Polifemo! Só tiveram tempo de se esconder atrás deste ou daquele pedregulho, dos muitos que havia espalhados por ali.
Polifemo trazia um veado às costas e nem reparou nos homens. Foi ordenhar as ovelhas e as cabras, guardou o leite em vasilhas e foi acender uma fogueira no meio da gruta, para assar o veado.
De repente, o que viu ele? Sombras de homens dançando na parede mesmo à sua frente! Deu um salto e começou a gritar:
-Homens, Homens, HOMENS!
Pegou num grande pedregulho e tapou a entrada da gruta. Depois começou a agarrar um homem e outro e outro...e a engoli-los inteiros!
Os marinheiros gritavam e corriam desnorteados...rezavam aos seus deuses e...Ulisses tremia de medo escondido no seu esconderijo.
Finalmente, o monstro já empanturrado só queria dormir. Sentou-se num canto da caverna...e Ulisses saiu do seu esconderijo para lhe falar:
- Quem sois vós, para ousar comer meus companheiros?
- Sou o teu pior pesadelo!
- Bem canibal insensível... Já comeste tanta carne humana, que deves sentir sede.
-Sede?! Tenho, tenho sede...mas se julgam que vou buscar água lá fora para vocês escaparem, estás muito enganado!
- Não é nada disso. É que eu tenho ali um vinho muito bom para ti, mas só to dou a beber se me fizeres um favor.
-Vinho?! Que é isso?
-É uma bebida muito agradável. Queres experimentar?
-Quero. E que favor é que tu me vais pedir?
-Que nos deixes sair daqui vivos estes poucos que somos já...
- Olha que ideia! Esse favor não te faço eu. Mas prometo fazer-te um favor que te digo qual é depois de beber o vinho. Tragam lá esse vinho! Tragam-me esse vinho já, já...
-Alto, seu brutamontes! Só eu dou ordens aos meus escravos! Não repitas a piada!
E Ulisses acrescentou, desta vez para seus companheiros, tentando passar a imagem de um chefe duro e temido:
- Vá, tragam esse vinho, incompetentes!
Polifemo pôs o barril à boca e deu muitos estalinhos com a língua e bebeu tudo até ao fim!
-Isto é bom, muito bom mesmo. Foste simpático para mim e por isso vou fazer--te o favor que te prometi. Sabes qual é? Tu vais ser o último de vocês todos que eu vou comer!
-O quê? Estás a gozar?! Tencionas comer-nos a todos?
Começaram todos a gritar, a chorar e a pedir novamente ajuda aos deuses.
Ulisses, no entanto, resolveu ver se conseguia ainda alguma coisa do ciclope e continuou a conversar com ele:
-Afinal, o que fazes aqui sozinho?
- Os meus irmãos expulsaram-me!
- Pudera! Com essa cara tão feiosa...duvido que alguém te queira por perto!
- Não é nada disso! É porque eu sou muito agressivo!
- A sério?! Não tinha reparado! - disse Ulisses, ironicamente.
- Mas, afinal, como te chamas?
- Polifemo...e tu, pigmeu?
Ulisses tentou improvisar, para que o ciclope não soubesse o seu verdadeiro nome...se as coisas dessem para o torto, jamais alguém descobriria o triste fim do nosso herói.
- Eu...chamo-me...Ninguém!
- Que diabo de nome, tens tu! Só vi um nome igualmente feio, o da minha sogra! Se tu te chamas Ninguém, como se chama a tua mulher?
- Alguém! Porquê?! Tens algum problema? A minha família não é para aqui chamada!
A conversa terminou, pois de súbito, Polifemo adormeceu completamente bêbado!
Ulisses aproveitou para combinar a retirada.
Primeiro resolveram retemperar forças, acabaram de assar o veado e comeram-no, beberam o leite das cabras e descansaram um pouco. Depois pegaram num tronco de árvore fina que ali encontraram e afiaram-no bem na ponta. Nas cinzas da fogueira tornaram essa ponta incandescente e...apontando ao único olho do gigante, exclamaram:
- Um! Dois! Três!
E espetaram o tronco no olho mesmo a meio da testa!
Polifemo acordou e começou aos gritos:
- Acudam, meus irmãos! Acudam, meus irmãos!
- Lá está o Polifemo, outra vez, a chatear-nos a cabeça! Raios partam o homem, sempre com os seus ataques! Mas, enfim, vamos lá ver o que se passa!
- Ó Polifemo, o que tens?
- Ai meus irmão, acudam-me, acudam-me!
- O que foi, Polifemo?
- Ninguém está aqui e Ninguém quer matar-me...
- Pois não, Polifemo, ninguém está aqui e ninguém te quer matar.
- Não é isso, seus palermas! O que eu estou a dizer é que Ninguém está aqui e Ninguém quer matar-me!
- Pois é, rapaz! É o que nós estamos a perceber muito bem: ninguém está aqui e ninguém te quer matar...
- Não é isso, seus idiotas!...
- Deves estar a gozar com a nossa cara e a rir às nossas custas! Fica aí a falar sozinho, que temos mais que fazer...
E lá se foram embora para as suas cavernas, longe.
Quando Ulisses se apercebeu do sucedido, comentou para os seus companheiros:
- A nossa sorte é que o ciclope é ignorante!
Polifemo continuou a gritar, indignado com o que lhe tinham feito! Com tanta fúria, aos saltos, cheio de dores e de raiva, desviou a pedra que tapava a gruta, acabando por fazer mais asneiras, não só deixou escapar os seus prisioneiros, como ainda ficou sem metade do seu rebanho!

Texto elaborado pelo 6ºG, a partir da obra "Ulisses" de Maria Alberta Menéres (adaptado)

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