"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos"

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16/11/11

A lenda do Japão foi esta...

Era uma vez, no interior do Japão, um grupo de terríveis ladrões que se escondia no topo de uma montanha quase sempre coberta de nuvens, onde soprava um vento forte e as tempestades eram frequentes. Esses ladrões viviam em uma larga caverna, que era o esconderijo de todos os tesouros que eles roubavam.
O bando atacava as vilas, matava as pessoas e incendiava as casas, depois de tirar tudo o que tivessem de valor. Por onde o grupo passava não restava nada além de mulheres e homens chorando, ruínas fumegantes, miséria e desolação.
O imperador, preocupado, havia enviado seus melhores soldados para atacar a montanha, sem qualquer resultado. O soberano, então, mandou chamar um dos últimos samurais, o velho Raiko, e disse-lhe:
- Raiko, você me serviu por todos esses anos. Eu lhe dou agora um último trabalho: vá até a montanha com um exército e destrua aqueles malditos bandidos!
Mas Raiko suspirou:
- Majestade, se eu fosse jovem de novo eu cumpriria sozinho esta missão. Mas, hoje, sou um velho muito velho, velho demais para fazer esse serviço mesmo com um poderoso exército ao meu lado.
- Então, o que devo fazer? - perguntou o imperador. Devo deixar que os bandidos continuem a saquear nossas terras e a matar nossa gente?
- De jeito nenhum -, exclamou o velho, - eu irei até a montanha com mais seis Samurais iguais a mim.
- Mas, se eles são tão velhos quanto você, como poderão ajudá-lo? - perguntou o imperador.
- Tenha fé em nós -, foi o que disse Raiko.
Alguns dias depois, os sete samurais partiram para a montanha vestidos como humildes peregrinos. Lá do alto, os ladrões viram o grupo, e o chefe deles disse:
- Quem se importa com sete mendigos? Deixem que eles subam até nós.
Os sete samurais disfarçados chegaram ao topo do monte, e Raiko disse:
- Deixem-nos entrar, está frio aqui fora. Sopra um vento forte, e nós somos apenas um bando de velhos -não vamos causar problemas.
O chefe dos ladrões respondeu:
- Venham, velhos, e abriguem-se em um canto.
E assim, os sete samurais entraram no esconderijo dos bandidos, ficando em um canto enquanto os ladrões comiam a comida que haviam roubado de mais uma pobre aldeia. De vez em quando, eles atiravam pedaços de carne e restos para os peregrinos.
Passadas algumas horas, Raiko se levantou e disse:
- O vento parou. Podemos partir agora. Para agradecer por sua hospitalidade, porém, gostaríamos de oferecer a todos vocês esta bebida - é saquê, uma espécie de vinho feito com arroz. Bebam connosco! E assim fizeram, contentes, os bandidos.
Em segundos, não sobrava mais nada da garrafa que Raiko entregou aos ladrões. E, também em segundos, todo o grupo de bandidos estava bem morto, estendido no chão da caverna: o saquê que Raiko lhes havia oferecido tinha sido sabiamente envenenado com um poderosíssimo veneno.
E assim, sete velhos samurais, velhos demais para montar a cavalo ou usar uma espada, puderam servir o seu imperador pela última vez.

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