(...) No dia seguinte a dona Otília foi ao mercado comprar fruta e encontrou a sua amiga Arminda, que já não via há muito tempo.
-Otília, há tanto tempo!-exclamou Arminda.
-Pois é! Tenho andado muito ocupada. Acabo de vir do batizado do meu netinho.- esclareceu a amiga.
- E como é que foi? Conta-me lá.- pediu Arminda, cheia de curiosidade.
-Foi uma grande aventura. Nem tu calculas!
- Quero saber tudo, mas com calma. Queres vir jantar a minha casa? Assim, pomos a conversa em dia.
Otília concordou, foi comprar a fruta e combinou ir ter depois a casa da amiga.
Já à noite, sentadas à mesa, a saborear um delicioso jantar, Otília retomou a aventura:
- Nem te digo, nem te conto! Foi cá uma aventura pela serra! Enganei os lobos bem enganados.- explicou-lhe, rindo.
-Oh, mulher, mas, então, tu foste pela serra?- admirou-se Arminda. Não sabes que é muito perigoso?
- Eu sou uma mulher cheia de coragem e não quis ir pelo caminho mais longo!
- Então conta lá como é que enganaste os lobos.
-Disse-lhes que eu estava muito magrinha, quase só pele e osso e, quando voltasse do batizado, já vinha mais gordinha. Ainda lhes disse que trazia arroz-doce para a sobremesa!
- E eles acreditaram? São bem tolinhos! Mas...e depois, como fizeste no regresso?- indagou Arminda, cada vez mais intrigada.
- Disfarcei-me de cabaça e, quando os lobos me perguntaram se tinha visto uma velha, cantei-lhes assim: "Roda, roda cabacinha, não vi velha, nem velhinha, roda, roda cabação, não vi velha, nem velhão."
- Oh, mulher, tu és mesmo fantástica!
E, assim, continuaram em amena cavaqueira pelo serão adentro, muito felizes por poderem estar juntas.
- E eles acreditaram? São bem tolinhos! Mas...e depois, como fizeste no regresso?- indagou Arminda, cada vez mais intrigada.
- Disfarcei-me de cabaça e, quando os lobos me perguntaram se tinha visto uma velha, cantei-lhes assim: "Roda, roda cabacinha, não vi velha, nem velhinha, roda, roda cabação, não vi velha, nem velhão."
- Oh, mulher, tu és mesmo fantástica!
E, assim, continuaram em amena cavaqueira pelo serão adentro, muito felizes por poderem estar juntas.
Texto coletivo, 5ºI
2 comentários:
Que ideia deliciosa, a do arroz-doce para a sobremesa dos lobos! :) E que texto tão bem escrito, parabéns!
Ainda bem que gostaste, Paula. Um beijinho grande.
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