Certo dia, na Baía do Seixal, o pescador Francisco pescou um
peixe gigantesco. Era um peixe-pássaro, mas não voava. Tinha asas, era amarelo
e parecia uma esponja. O pescador nunca tinha visto tal coisa!
O pescador, todo contente com a sua descoberta, levou-o para
casa. Virou-se para a sua esposa, que se chamava Marimar, e exclamou:
- Marimar, apanhei um peixe colossal! Acho que temos jantar!
- Guarda, mas é, este peixe para fazer uma esfregona. –
discordou a Marimar.
- Ninguém me vai comer, muito menos fazer de esfregona, que eu cá sou um peixe importante!
O casal ia caindo para o lado ao ouvir um peixe falante! Que peixe seria aquele? Que mistérios esconderia?
O filho mais novo, com a graça que só uma criança sabe ter, comentou:
- Olha, olha, já não bastava seres gigante, parecido com uma esponja e ter asas, ainda tinhas de falar?!
- Tu ainda não viste nada! Experimentem tratar-me como uma esfregona e verão!-indignou-se o peixe.
Marimar, já refeita do susto, disse ao marido:
- Francisco, retiro tudo o que disse!
- E eu também! Mas estava cá a pensar com os meus botões, já que é um peixe falante, pode render-nos um bom dinheiro...
- Pois eu acho que o devíamos devolver à família de onde veio. Sabe-se lá o que este peixe estranho sabe fazer!-insistiu a mulher.
- Se me levarem novamente para o rio, nunca mais irão ter problemas, pois eu posso conceder três desejos.
-Ah, afinal também concedes desejos!- riu-se o filho do casal.
A família ficou convencida e levou o peixe novamente para a baía.
Já na água o peixe referiu:
- Palavra de peixe, não volta atrás. Digam-me o que desejam. Vou conceder um desejo a cada um.
- Eu quero que sejamos sempre felizes.- disse o filho.
- E eu que não nos falte saúde.- afirmou Francisco.
- Eu contentava-me com uma esfregona que durasse a vida inteira!- exclamou a mulher.
O peixe mergulhou nas águas límpidas do rio e desapareceu para sempre.
Ninguém sabe, se os desejos se realizaram ou não, pois o peixe não gostou nada da brincadeira da mulher!
Rafael, 6ºI, Apoio Português
Ilustração de Bárbara Estanqueiro, 6ºH
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