Era uma
vez uma menina, uma menina vulgar, não era princesa, nem fada das histórias de
encantar.
Nesta
história não há castelos, príncipes, reis ou rainhas, não há feitiços, mas,
sim, muita magia.
Era uma
vez uma menina com uns lindos olhos negros, que gostava de se debruçar à janela
a contemplar as estrelas lá no céu.
Essa
menina cresceu, mas nunca deixou de sonhar. Ainda conversa com as estrelas, nas
noites de luar.
Um dia,
debruçada à janela, a mulher, outrora criança, começou a declamar:
Um dia
fui bailarina,
ainda
menina
na ponta
dos pés
voei
por
terras e mares
andei
em sonhos
me
balancei…
Querem conhecer a sua história?
Fechem os olhos e vamos lá…
Sonhar, sonhar, esta mulher de olhos negros nunca
deixou de sonhar, pois desde a infância, jamais parou de acreditar.
Bailarina foi e muito dançou. Nas noites de luar,
para o céu, estava sempre a olhar.
Também fui desenhadora
Estive sempre a pintar
Pois a minha imaginação
Nunca parou de trabalhar.
Fui ginasta
E o pino realizei
Quando fiz acrobacias
Os olhos das pessoas encantei.
Muitas medalhas ganhei e bons momentos passei.
Esta mulher desejava tantas coisas que sempre que
olhava para o céu e para as estrelas os sonhos não tinham limites.
Também gostaria de ser compositora,
Escritora e cantora.
Sou uma sonhadora.
No mundo tão grande
Quantos sonhos haverá!?
Será que todos dariam para contar?
Serão mais do que as estrelas?
Quem me dera o infinito abraçar!
E o amor?
Gostaria de alguém
Para não só me amar
Como também para me apoiar.
Não saiam daí, ainda tenho de acabar. Sobre a
minha vida ainda (da minha vida) tenho muito para contar. A minha história
ainda não chegou ao fim… Deitemo-los mais uns pozinhos mágicos de Pilim! Pilim!
Pim!
Olhando para trás, revejo um jovem carinhoso com
quem casei. Tivemos dois filhos e fomos tão felizes…Com duas crianças, a minha
missão de alma sonhadora continuou a viver emoções sem fim. Acreditem que se
pode ser esposa, mãe e inventora!
Nos sonhos também foi cozinheira, os seus pratos
eram tão delicados e deliciosos, que apetecia mesmo degustar…
O meu dom na cozinha,
Não conhecia barreiras,
Acreditam que até o arroz doce
Me levou além-fronteiras?
Esta mulher não parava de sonhar, de imaginar e de
cantar, tinha dentro de si, uma força sobrenatural que encantava todos os que a
rodeavam. E todos se deliciavam.
A minha voz era bela como a dos pássaros no campo
Sim!!! Também fui cantora…
Cantei nas maiores salas de espetáculo do mundo
Era assim todas as noites
Cantava…Cantava e sempre brilhava!
Ah! Lembro-me tão bem
Quando fui pasteleira
Confessem!!! Desta não estavam à espera…
Sim, sim, é verdade… E que belos
bolos fazia!
Baunilha, chocolate, caramelo,
Pintarolas, gomas, bolachas
E uns pozinhos de carinho
Hum!!! Que deliciosos.!
Esperem!!! Ainda não acabei…O meu maior sonho
realizei…
Sabem, também fui professora
Que linda profissão!
Pelos meus meninos, sempre defensora,
Pois é grande o meu coração.
Essa mulher, que outrora foi menina, demonstrou
que a vida não se pode reduzir ao essencial, aos nossos deveres, às nossas
obrigações, à nossa rotina.
Devemos ter sempre um coração de criança, para
continuarmos a sonhar, imaginar e desfrutar.
A vida é demasiado curta para a desperdiçarmos.
Esta menina/mulher não necessitou de muito, apenas
uma janela e um luar deslumbrante, e aí…a sua imaginação encarregou-se do
resto.
Afinal…. Os sonhos são tantos, tantos, que não
cabem num céu cheio de estrelas!
Agradecimentos especiais a Rodrigo Aguiar, 6ºH
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