No tempo dos reis, num
reino muito distante, vivia uma família real muito feliz. Tinham uma filha de
rara beleza, que era cobiçada por todos. A princesa, de nome Clara, tinha uns
longos cabelos ondulados tão brilhantes, que pareciam mel e uns olhos muito expressivos,
azuis da cor do mar. Era tão linda, que o rosto dela parecia desenhado por um
pintor! Era uma rapariga alegre e divertida, muito carinhosa e tinha um coração
gigante. Quando falava, gostava de ir direta ao assunto e tinha sempre uma
resposta pronta na ponta da língua. Como toda a gente, também tinha os seus
defeitos, era mimada e um pouco teimosa.
Um dia, uma maldição
abateu-se sobre o reino, pois um temível gigante raptara a princesa. O rei
ficou tão desesperado que mandou anunciar que quem salvasse a princesa, casaria
com ela.
Logo três príncipes se
apresentaram diante do rei e partiram à procura da princesa.
O primeiro jovem
aventurou-se pela floresta em direção ao castelo do gigante, de quem todos
desconfiavam.
De súbito, deparou-se
com uma encruzilhada e acabou por se perder.
O segundo jovem resolveu
ir por um atalho e encontrou uma cabana que pertencia a um velho feiticeiro.
Por azar, este encontrava-se naquele lugar a pedido do gigante, pois tinham
combinado transformar todos os que por ali passassem em ratos e, como
certamente já adivinharam, este foi o destino do nosso jovem.
O terceiro jovem era
destemido e ponderado e, por isso, seria um grande vencedor.
Na
calada da noite, o nosso herói decidiu procurar o caminho para o castelo do
gigante, pensando que seria mais seguro.
Aventurou-se
pela floresta, tal como os outros dois e deparou-se com vários trilhos. Alguns
estavam armadilhados, mas o jovem cauteloso experimentou primeiro cada um
deles. Criou uma catapulta que lançou pedras para o meio do trilho e, logo,
centenas de flechas voaram pelos ares.
- Salvo
por um triz! Este gigante é muito esperto!
Olhou
para o segundo trilho e lançou novamente as pedras para o meio. Seguiu-se uma
violenta explosão!
Mas o
pior ainda estava por vir! Ao tentar seguir pelo terceiro caminho, saiu de lá
um urso furioso e disposto a comê-lo! O jovem correu até ao primeiro trilho, pegou
numa das flechas e atingiu o urso mesmo no centro do coração! O caminho estava
livre. Pelo menos era o que ele pensava! Mal deu alguns passos, sentiu o pé
preso em areias movediças. Quem haveria de o salvar?
Recordam-se do feiticeiro que transformou em rato o segundo jovem? Cansou-se de obedecer às ordens do gigante e veio salvá-lo.
Mal se viu livre, correu até ao castelo do gigante, que dormia profundamente.
Encostando
uma escada à parede, trepou até à janela do quarto da princesa e ambos fugiram
dali a “sete pés”.
E PRONTO,
FEZ-SE O CASAMENTO REAL, POIS “PALAVRA DE REI, NÃO VOLTA ATRÁS”.
6ºC
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