A Escola inclusiva não é só da Educação Especial...É de toda a Escola, é da Educação Regular.
Assim, iniciámos hoje o nosso dia de trabalho. A equipa responsável pela educação especial dinamizou, com muito empenho e profissionalismo este Seminário, que serviu não só para esclarecer os presentes sobre algumas dúvidas que a temática suscita, como para motivar os docentes para "trabalhar" capazmente e com gosto com estas crianças tão especiais.
Todos os docentes cujas turmas integram crianças com Necessidades Educativas Especiais foram convidados.
Fiquei a saber que vou ter uma menina com dificuldades ao nível do espectro do Autismo, mas isso já não me assusta pois, nos últimos dois anos, acompanhei o David e o "Guga", que me recompensaram sempre por todo o empenho.
De facto, considero que esses dois meninos me trouxeram experiências fabulosas, onde a inocência e a verdade, por si só, eram cativantes.
No ano anterior, filmaram uma das minhas aulas com a minha direcção de Turma, onde estava integrado o David.
A dada altura do Seminário, presentearam-nos com essa surpresa, o visionamento do filme! Fiquei emocionada de ver "os meus meninos", a dedicação do Carlos André para com o colega David; o apoio incondicional de toda a turma, que tanto cooperou com a equipa das filmagens nesse dia.
Considero que foi muito positivo este encontro, pois nesta "teia do Ensino Especial", ninguém consegue trabalhar sozinho. É necessário percorrer todo um caminho em conjunto, de "mãos dadas" e nunca esquecer o quão fundamental é amar estas crianças tão únicas, tão especiais.
Todos ficaram mais informados, sobre todo o processo, as medidas a implementar, o papel de cada um e de todos, ao mesmo tempo.
É cada vez mais urgente que todos os docentes vejam a inclusão com "outros olhos"...Muitos recusam ainda um trabalho efectivo, alegando falta de formação nessa área, mas na realidade essa área é um mundo a descobrir e, por vezes, basta tão somente o estar disponível, o gostar dessas crianças.
Como vou ser novamente professora de uma menina, que sofre de perturbações ao nível do espectro do autismo, deixo-vos com uma reflexão:
“Os autistas são estrangeiros em qualquer sociedade. "
Jim Sinclair
"Embora me seja difícil comunicar-me ou compreender as subtilezas sociais, na realidade, tenho algumas vantagens em comparação com os que tu chamas de ‘normais’. Tenho dificuldade em me comunicar, mas não costumo enganar. (...) Minha vida como autista pode ser tão feliz e satisfatória como a tua vida ‘normal’. Nessas vidas, podemos vir a nos encontrar e a partilhar muitas experiências."
Angel Rivière