Levei o barco até meio do rio
E esperei que a tarde caísse.
Esperei que o Sol
Abrandasse essa sua força
Que mal me deixa respirar
E mergulhei as mãos na água.
Levei o pensamento
Até meio do rio
E esperei que as recordações
Se abandonassem aos meus pedidos.
Levei o coração comigo
E esperei que acalmasse.
Trouxe de volta calma e frescura
E apeteceu-me ficar no meio do rio.
Fiquei.
Levo este barco até meio do rio
Tal como cheguei a meio da vida.
Pensamento e coração.
Ondas, marés e tempestades.
Margens, portos, ancoradouros.
Viagens.
E do meio do rio,
Olhando o azul da água,
Sentido a frescura da sua água,
E a carícia do seu ondular,
Regresso à margem.
Trago o barco e
Volto do rio.
Teresa Pombo, poema descoberto no Blog que ninguém Lê
http://ninguemle.org
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