"Amassa a massa o padeiro,
vende massa o merceeiro,
usa massa o vidraceiro
e também o cozinheiro.
Na Avenida e no Rossio
passam massas populares,
as canções que as massas cantam
vão voando pelos ares.
Ó ladrão, senhor ladrão,
responda, mas não se zangue,
a mania de roubar
está-lhe na massa do sangue?
Perdi todo o meu dinheiro,
fui pedir massa emprestada,
mas a massa que me deram,
vejam - foi massa folhada!
Uma massa, outra massa...
Com tanta massa amassada,
digam lá se este poema
não é mesmo uma maçada!"
"Peguei na Serra da Estrela
para serrar uma cadeira
e apanhei um nevão
numa serra de madeira.
para serrar uma cadeira
e apanhei um nevão
numa serra de madeira.
Com as linhas dos comboios
bordei um lindo bordado,
quando o comboio passou
o pano ficou rasgado.
bordei um lindo bordado,
quando o comboio passou
o pano ficou rasgado.
Nas ondas do teu cabelo
já pesquei duas pescadas.
Olha para as ondas do mar,
como estão despenteadas.
já pesquei duas pescadas.
Olha para as ondas do mar,
como estão despenteadas.
Guardo o dinheiro no banco,
guardo o banco na cozinha.
Tenho cem contos de fadas,
que grande fortuna a minha.
guardo o banco na cozinha.
Tenho cem contos de fadas,
que grande fortuna a minha.
Com medo que algum ladrão
um dia me vá roubar,
mandei pôr na minha porta
três grossas correntes de ar.
um dia me vá roubar,
mandei pôr na minha porta
três grossas correntes de ar.
Encomendei um cachorro
naquela pastelaria;
quem havia de dizer
que o maroto me mordia?!
naquela pastelaria;
quem havia de dizer
que o maroto me mordia?!
Apanhei uma raposa
no exame e estou feliz:
vejam que lindo casaco
com a sua pele eu fiz.
no exame e estou feliz:
vejam que lindo casaco
com a sua pele eu fiz.
Entrei numa carruagem
para voltar à minha terra,
enganei-me na estação
e desci na Primavera!"
para voltar à minha terra,
enganei-me na estação
e desci na Primavera!"
Luísa Ducla Soares
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