"As pedras falam? Pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.
Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?
As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura
Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como as aves
e nem mais tarde regressam.
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como as aves
e nem mais tarde regressam.
Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.
Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.
As pedras falam?Pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
uma coisa para dizer.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
uma coisa para dizer.
Maria Alberta Menéres. Conversa com versos.
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