ou então com o simples facto
das rosas que daqui se vêem
entrarem no poema.
O que é então o poema?
um tecido de orifícios por onde entra o corpo
sentado à mesa e o modo
como as rosas me espreitam da janela?
Lá fora um jardineiro trabalha,
uma criança corre, uma gota de orvalho
acaba de evaporar-se e a humidade do ar
não entra no poema.
Amanhã estará murcha aquela rosa:
poderá escolher o epitáfio, a mão que a sepulte
e depois entrar num canteiro do poema,
enquanto um botão abre em verso livre
lá fora onde pulsa o rumor do dia.
O que são as rosas dentro e fora
do poema? Onde estou eu no verso em que
a criança se atirou ao chão cansada de correr?
E são horas do almoço do jardineiro!
Como se fosse indiferente a gota de orvalho
ter ou não entrado no poema!
Rosa Alice Branco, in Soletrar o Dia
3 comentários:
Que lindo poema, e obrigada por ter vindo visitar-me, mas gostaria que você e tuas princesas fossem ao blog que está nascendo Anjos da Guarda, gostaria muito de compartilhar contigo que ama crianças este novo espaço. Basta entrar no meu blog Alegria e clicar em anjos da guarda.
Beijinhos
Renata
P.S já entrou uma pessoa mas não conheço, mas espero que você minha amiga e sua fadinhas como gosto de chamar tuas princesas vejam. =D
obrigada, pelo comentário você é muito carinhosa, mas se queres aprender eu ensino, é muito bom para desestressar.
muito obrigada. por ter aparecido em minha vida.
Renata
Lindo!!!
Obrigado.
Luz
Enviar um comentário