A Leonor do "Era uma vez, conta outra vez..."lembrou-me que hoje é dia dos avós...esses maravilhosos seres que nos mimaram, acarinharam, educaram, que nos aconselharam, que sempre nos ajudaram...Ainda tenho a minha avó Francisca, com quem vivi quando era pequenina , por os meus pais estarem em França...a minha "mãe Chica", como todos os netos lhe chamaram, depois de mim, pois eu, a mais velha baptizei-a assim. Agora, até as bisnetas lho chamam. Mil beijos, minha querida mãe Chica.
Quando era pequenina, recordo que o meu avô Manuel, a quem chamava "pai Merra", uma alcunha pela qual era conhecido, me contava muitas histórias à lareira, ou cantava, para eu dançar! Recordo que fazia sons com as tenazes do lume! Que lindas músicas!
A minha avó Francisca, a sua esposa, ainda vive...e gosto dela como se fosse minha mãe...Da parte do pai, não conheci nenhum, mas o meu pai conta que a minha avó Evangelina morreu com uma foto minha no peito. Era eu bebé...
Deixo-vos uma lenda, para que nunca ninguém se esqueça dos pais, dos avós, quando estes ficam velhinhos...
"No tempo do bisavô do meu tetravô havia uma tradição que dizia que, quando um senhor ficava velho de mais para trabalhar, os filhos levavam-no às costas pela serra acima até um casebre e deixavam-no lá abandonado para falecer longe de casa e da família, em paz, julgavam eles. Nessa altura, havia lobos na serra e alguns dos idosos eram devorados pelos animais.
Certo dia, um homem levava o seu velho pai às costas, subindo a serra, para o largar. Quando chegou ao alto, deitou o pai e, com pena, tapou-o com uma manta que levava, despedindo-se e afastando-se, a pé. De repente, o pai chamou-o. O filho voltou para junto dele. Então, rasgando a manta ao meio, o triste e resignado velhinho disse-lhe:
- Toma, filho, só preciso de metade.
- Mas... pai, assim vai ter frio! Fique com a manta inteira.
- Não, filho, leva esta metade; chega-me meia. Guarda a outra parte para quando os teus filhos te vierem cá abandonar.
O filho pegou na metade da capa e desceu a serra, angustiado. Sentou-se e pensou : " O meu pai tem razão: quando eu tiver a idade dele, os meus filhos também me abandonarão na serra e, acima de tudo, ele é meu pai." Arrependido, voltou a subir a serra, pôs o pai às costas e levou-o de novo para casa.
A partir desse dia, nunca mais nenhum filho abandonou o seu pai na serra e foi proibida aquela absurda tradição por todas as terras do mundo."
Certo dia, um homem levava o seu velho pai às costas, subindo a serra, para o largar. Quando chegou ao alto, deitou o pai e, com pena, tapou-o com uma manta que levava, despedindo-se e afastando-se, a pé. De repente, o pai chamou-o. O filho voltou para junto dele. Então, rasgando a manta ao meio, o triste e resignado velhinho disse-lhe:
- Toma, filho, só preciso de metade.
- Mas... pai, assim vai ter frio! Fique com a manta inteira.
- Não, filho, leva esta metade; chega-me meia. Guarda a outra parte para quando os teus filhos te vierem cá abandonar.
O filho pegou na metade da capa e desceu a serra, angustiado. Sentou-se e pensou : " O meu pai tem razão: quando eu tiver a idade dele, os meus filhos também me abandonarão na serra e, acima de tudo, ele é meu pai." Arrependido, voltou a subir a serra, pôs o pai às costas e levou-o de novo para casa.
A partir desse dia, nunca mais nenhum filho abandonou o seu pai na serra e foi proibida aquela absurda tradição por todas as terras do mundo."
3 comentários:
Fizeste bem em lembrar esse conto taõ significativo
Bj Leonor
Quando na nossa vida uma porta da felicidade se fecha, outra se abre, mas frequentemente perdemos tanto tempo a olhar para a porta que se fechou que nem reparamos que uma outra se abriu .
Bom inicio de semana
beijos
Gostei muito...sobretudo de ler as palavras "pai merra", que nunca tinha visto escritas mas que têm tanto significado para mim e estao gravadas p'ra sempre no meu coração por também ter tantas saudades dele.
Bj Ana Isabel
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