“Naquela manhã, sentado num tapete à sombra de uma palmeira,
Nasredin bebe um delicioso leite de camela polvilhado com canela.
O seu pai, Mustafá, chama por ele e diz-lhe:
- Nasredin, vai tirar o burro do estábulo. Vamos ao mercado.
- Os teus desejos são ordens. – responde gentilmente o rapaz.
De seguida, calça os chinelos e arranja o seu chapéu.”
“ À porta da cidade,
Nasredin e o seu pai cruzam-se com um vizir
montado num magnífico cavalo árabe.
Ao avistar Mustafá,
O vizir, indignado, exclama à gente da sua corte.
- Olhem quem vem aí!
Um burro montado por um homem envaidecido
que deixa o seu próprio filho
arrastar-se na lama.
Com uma voz serena, o pai responde:
- Sua excelência, as suas palavras ferem
os meus ouvidos.
No entanto, embaraçado, Nasredin cora.
O seu coração enche-se de vergonha,
por aquela gente ter ousado fazer troça deles.
O mundo à sua volta parece ter
escurecido de repente.
- Volto para casa. – diz ele. – Estou cansado.
- Já? – pergunta Mustafá, admirado.
- Sim! Assim mais ninguém fará troça de nós.
O pai ri e exclama:
- Façamos a tua vontade.”
(...)
(...)
Fonte: interior do livro
Ilustrações de Rébecca Dautremer Editado pela Editora Educação Nacional em 2007 |
"Nasredin tem um problema: faça o que fizer, as pessoas riem-se dele.
A quem deve ele dar ouvidos?
Ao grão-vizir? Às lavadeiras?
Ao grão-vizir? Às lavadeiras?
Ao grupo de anciãos? Às crianças da aldeia?
A menos que seja ao seu pai, o sábio Mustafá..."
Fonte: contracapa do livro
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