"Era
uma vez um palácio muito antigo e valioso, feito de pergaminhos e manuscritos,
onde moravam as palavras da Língua Portuguesa que queriam aprender as regras da
Gramática para poderem formar frases, textos e fazerem parte de grandes livros,
de histórias inesquecíveis escritas por grandes autores."
Este majestoso palácio
tem um lugar muito importante no coração da Língua Portuguesa. Neste mesmo
palácio existem imensas jarras de flores, que as frases simples e complexas
adoram cheirar.
Na sala principal, os
verbos vivem nas poltronas vistosas. Eles são como os reis dos palácios
verdadeiros. Têm o poder central e mandam em todas as frases que por ali
passarem. Podem estar em diferentes tempos e modos, como o presente, o
pretérito perfeito ou imperfeito, conforme as ocasiões ou até no futuro! Quanto
ao modo, também depende do momento e da disposição, seja o indicativo, o
conjuntivo, o condicional e até mesmo o imperativo!
No escritório habitam
o Sujeito e o Predicado, sempre de mãos dadas como se fossem namorados. Na
cozinha estão os vários complementos, que adoram fazer grandes pratos para os
seus habitantes e convidados. O complemento direto, para saber o que cozinhar,
faz sempre a mesma pergunta “O quê? Que devo fazer para os nossos convidados?”;
já o complemento indireto pergunta sempre a si próprio “A quem devo entregar
estes belos pratos?” e o complemento oblíquo pensa sempre num ingrediente
magico para adicionar à receita, pois sem ele, a receita fica sem sentido!
Lá em cima, no
primeiro piso, vivem as classes de palavras, à exceção dos verbos que vivem na
sala principal. No quarto vermelho, estão os nomes próprios, comuns e
coletivos. No amarelo, que é o quarto maior, vivem todos os determinantes e
pronomes. No verde, moram os advérbios e no quarto arco-íris, os adjetivos, que
são muito coloridos! Já as preposições e interjeições vivem num quarto lá em
baixo, porque estão zangadas com tanto barulho que fazem lá em cima e passam a
noite a pedir silêncio! “Chiu! Estejam calados! Já não se pode dormir
sossegado?”
No dia 22 de maio, o
palácio estava num grande alvoroço, pois iriam receber a tão famosa e aclamada
escritora Luísa Ducla Soares. Este dia assinala o Dia do Autor Português e,
como tal, as palavras da gramática organizaram este evento com o objetivo de
pedirem à escritora que as ajudasse a construir uma história inesquecível, mas
havia um problema! Não sabiam que nome dar à história, pois, como sabem, as
histórias inesquecíveis tornam-se especiais logo à nascença! Pensaram,
pensaram, pensaram, mas nada lhes ocorria, até que… os verbos tiveram uma
excelente ideia: a história iria chamar-se “As Aventuras do Palácio da
Gramática”.
Ficaram horas a fio a
construírem a história, inventaram personagens, como heróis e vilões, em que os
vilões ficavam ocupados a tentar destruir toda a gramática portuguesa, enquanto
os heróis salvavam todos os estragos causados por eles.
O conto que nasceu foi
um verdadeiro sucesso, venderam várias edições de livros e continuaram a escrever
muitas e muitas histórias das suas aventuras.
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