Algures,
no Oceano Atlântico, vive uma baleia invulgar, a baleia sem dentes.
O
Oceano outrora azul, de águas claras e límpidas, começava a preocupar a nossa
baleia peculiar, pois há muito tempo que observava o comportamento dos humanos
e era notável a sua falta de consciência para com o Planeta Terra. Estariam
esquecidos de que a Terra era “a sua casa” e deviam cuidar dela?
A
nossa baleia sem dentes era muito inteligente, quase uma baleia filosófica que
se questionava sobre todas as coisas que a rodeavam, e fazia-se munir de uma
curiosidade e imaginação invulgares. Chamava-se Dori.
Dori,
ao nadar nas águas poluídas, encontrou um salmão-dente-de-sabre, talvez o único
exemplar que ainda sobrevivia nos oceanos…
-
O que estás aqui a fazer? – perguntou a baleia.
-
A minha colónia foi atacada por caçadores e a única maneira foi fugir –
exclamou tristemente Dimas, como era conhecido o salmão-dente-de-sabre. - Tu,
que me pareces amigável, por favor ajuda-me a voltar para as águas doces, pois
é só lá que tenho o alimento adequado.
-
Já agora, eu sou Dori. Ajudar-te-ei a voltar às águas doces. Será uma missão
difícil, mas como diz o ditado “a esperança é a última a morrer”.
E
a aventura de Dori e Dimas começou.
Realmente,
a aventura que os esperava iria ser muito acidentada…Começaram a nadar e logo
se depararam com um labirinto de algas. Ficaram muito confusos, pois não sabiam
qual o caminho a seguir nem como sair dali. Qual não foi o espanto de ambos,
quando repararam numa pequena tartaruga que estava quase a sufocar por causa da
tampa de uma garrafa! Apressaram-se a socorrê-la e salvaram-na.
-
Estes humanos são uns irresponsáveis! Não sabem cuidar dos oceanos- criticou
Dimas.
A
tartaruga, agradecida, decidiu juntar-se ao grupo e indicou-lhe o caminho para
saírem do labirinto.
Mal
eles sabiam o que teriam de enfrentar a seguir…Continuaram a viagem e, de
repente, avistaram um reino desconhecido com um ar escuro e assustador! Era o Reino dos Tubarões, que atacavam
ferozmente os intrusos. Sentiam-se desesperados com tanta poluição e com tanto
lixo acumulado no fundo dos mares e, por isso, agrediam todos os que por ali
ousavam passar. Eles não sabiam, é claro, quem era o responsável por tamanha
desgraça e, assim, consideravam que todos eram culpados!
Para
atravessar aquele reino, tiveram uma ideia genial! Camuflaram-se, usando tinta
de choco e outras coisas que os rodeavam. Assim, passaram discretamente. Mal
saíram desta aventura, foram logo meter-se noutra! Deram de caras com umas areias
muito misteriosas e estranhas, fazendo lembrar monstros! Eram os caranguejos
escondidos, que se divertiam a beliscar os transeuntes que se aproximavam dali.
De
súbito, ali perto deles, repararam num peixe-palhaço com ar amedrontado. O
pequeno grupo aproximou-se e quiseram saber a razão daquele medo.
-
Ali adiante, aquela pobre gaivota foi apanhada por um monstro negro, não
consegue voar!
Ficaram
a observar à distância, sabendo que teriam de ir noutra direção e ficaram abismados
com a força daquela gaivota, que conseguiu levantar voo!
-
Deve ser uma gaivota sonhadora e lutadora. Não desistiu!
Mudaram
de rumo e ficaram radiantes ao ver, finalmente, o brilho da água que
serpenteava ao longo de um rio. Dimas chegara ao seu destino! Despediram-se,
com emoção, mas antes de partir, deixaram uma mensagem aos humanos:
O
ar, o mar e toda a natureza estão contaminados! É urgente ajudar! Humanos
salvem os Oceanos, o planeta está nas vossas mãos.
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