"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos"

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11/06/19

Uma Baleia Especial


Uma baleia especial



Artes do Espetáculo (Professora Cláudia G)

Desde que o mundo era mundo, e ninguém o sabia, vivia uma baleia invulgar, a baleia sem dentes, no Oceano Atlântico, mais concretamente no Arquipélago dos Açores.
O Oceano outrora azul, de águas claras e límpidas, começava a preocupar a nossa baleia peculiar, pois há muito tempo que observava o comportamento dos humanos e era notável a sua falta de consciência para com o Planeta Terra. Estariam esquecidos de que a Terra era “a sua casa” e deviam cuidar dela?
A nossa baleia sem dentes era muito inteligente, quase uma baleia filosófica que se questionava sobre todas as coisas que a rodeavam, e fazia-se munir de uma curiosidade e imaginação invulgares. Chamava-se Dori.
Dori, ao nadar nas águas poluídas, encontrou um salmão-dente-de-sabre, talvez o único exemplar que ainda sobrevivia nos oceanos.
- O que estás aqui a fazer? – perguntou a baleia.
- A minha colónia foi atacada por caçadores e a única maneira foi fugir – exclamou tristemente Didas, como era conhecido o salmão-dente-de-sabre. - Tu, que me pareces amigável, por favor ajuda-me a voltar para as águas doces, pois é só lá que tenho o alimento adequado.
- Já agora, eu sou Dori. Ajudar-te-ei a voltar às águas doces. Será uma missão difícil, mas como diz o ditado “a esperança é a última a morrer”.
E a aventura de Dori e Didas começou.
Realmente, a aventura que os esperava iria ser muito acidentada…Começaram a nadar e logo se depararam com um labirinto de algas. Ficaram muito confusos, pois não sabiam qual o caminho a seguir nem como sair dali. Qual não foi o espanto de ambos, quando repararam numa pequena tartaruga que estava quase a sufocar por causa da tampa de uma garrafa! Apressaram-se a socorrê-la e salvaram-na.
- Estes humanos são uns irresponsáveis! Não sabem cuidar dos oceanos - criticou Didas.

A tartaruga, agradecida, decidiu juntar-se ao grupo e indicou-lhes o caminho para saírem do labirinto.
Mal eles sabiam o que teriam de enfrentar a seguir… Continuaram a viagem e, de repente, avistaram um reino desconhecido com um ar escuro e assustador! Era o Reino dos Tubarões, que atacavam ferozmente os intrusos. Sentiam-se desesperados com tanta poluição e com tanto lixo acumulado no fundo dos mares e, por isso, agrediam todos os que por ali ousavam passar. Eles não sabiam, é claro, quem era o responsável por tamanha desgraça e, assim, consideravam que todos eram culpados!
Para atravessar aquele reino, tiveram uma ideia genial! Camuflaram-se, usando tinta de choco e outras coisas que os rodeavam. Assim, passaram discretamente.
Mal saíram desta aventura, foram logo meter-se noutra! Deram de caras com umas areias muito misteriosas e estranhas, fazendo lembrar monstros! Eram os caranguejos escondidos, que se divertiam a beliscar os transeuntes que se aproximavam dali.
De súbito, ali perto deles, repararam num peixe-palhaço com ar amedrontado.
- Por que razão estás com tanto medo? – indagou Dori
- Já viste como está o nosso mar e o nosso planeta? Uns peixes morrem por causa do plástico, outros sufocam devido às águas impróprias… Além disto, ando farto de ser picado por estes caranguejos e estou com receio de ser apanhado pelos humanos.
- Nós estamos a tentar encontrar uma saída. Procuramos as águas doces, águas sem poluição, onde os humanos têm respeito por nós e não nos fazem mal. Queres vir connosco?
- Sim, quero – respondeu radiante.
- Eu também vos posso seguir? – perguntou uma linda medusa, de nome Melissa, que por ali passava assustada e que ouviu a conversa.
- Claro que sim – responderam todos em coro.
- Bem, temos de sair daqui – lembrou Didas, desesperado por ter levado mais uma picada de um caranguejo atrevido.
- OK, sigam-me. Estou a ver ali uma gruta onde nos podemos abrigar.
- Aqui sinto-me melhor! – disse o peixe-palhaço aliviado.
- E se explorássemos esta gruta? – sugeriu Dori.
- Tenho medo – respondeu o salmão dente-de-sabre.
- Temos de ser corajosos. Lá fora com tantos predadores e poluição não resistiremos por muito mais tempo. Vamos só explorá-la um pouco – disse Dori.
Nadaram alguns minutos e, para surpresa de todos, numa curva à direita, apareceu uma luz muito ténue.
- Chiu! Vamos em direção àquela luz.
À medida que avançavam, a luz ficava cada vez mais intensa.
- É uma saída! – gritou Dori. – Vamos depressa.
- Será algum local poluído? – perguntou Melissa pensativa.
Junto à saída, encontraram um golfinho.
- Quem são vocês? – perguntou com uma voz de trovão.
- Somos pacíficos e estamos a fugir da poluição – responderam todos.
- Aqui estão a salvo. Entrem.
- Obrigada – agradeceram os peixes em coro.
As águas ali eram puras, doces e cristalinas. Os peixes que habitavam aquele lugar eram saudáveis e havia boa comida.
- Dori, foste a maior. Conduziste-nos até ao paraíso. Obrigada – agradeceram todos os peixes que estavam com ela.
- Olhem! – disse apontando. – Está ali um grande amigo, que julgava já ter morrido. Que bom! Finalmente estamos livres e a nadar em águas límpidas como antigamente.
- Sim, aqui estão protegidos. Nós, os golfinhos, não gostamos de águas sujas e poluídas. Encontrámos este oásis que os homens não conhecem e não permitimos a entrada de nada que seja destruidor deste ambiente pacífico, por isso, estava a guardar aquela entrada por onde apareceram. Bem-vindos e sejam muito felizes!


            
6º ano, Turma A (Escola Pedro Eanes Lobato/ Professora Alcina Soares)
5º ano, Turma E ( Escola Doutor António Augusto Louro/ Professora Isabel Preto)




Artes do Espetáculo (Professora Cláudia G)

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